quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A Ascensão do Dinheiro (episódio 3: estourando bolhas)

No terceiro episódio da série do professor Niall Ferguson, somos levados em uma viagem de mais de três séculos através da história das bolsas de valores. Mais precisamente, através da história das companhias de capital aberto e suas ações, cotadas e comercializadas diariamente.

Em 2001, um escândalo tomou conta do noticiário acionário norte-americano. A Enron, uma grande corporação multinacional no setor energético e responsável, entre muitos outros empreendimentos, pelo gasoduto Bolívia-Brasil, viu o valor de suas ações despencar de aproximadamente US$ 90 em meados de 2000 para menos de US$ 1 nos últimos meses de 2001. A companhia faliu, o dinheiro de seus acionistas desapareceu. Mas um escândalo? Uma falência é um escândalo? Não seriam as falências inerentes ao capitalismo, à destruição criativa que o caracteriza? Sem dúvida, não há nada de escandaloso em uma falência. É a fraude contábil corporativa o que causa choque e o que fez as ações da companhia subirem às nuvens para, em pouquíssimo tempo, mergulharem para o fim.

Uma bolha, afirma Ferguson, sempre tem uma causa, sempre é produzida por algo. Não acontece à toa. No caso da Enron, as fraudes contábeis levaram os investidores a sobrevalorizarem o valor da companhia e, quando não foi mais possível sustentar a mentira, a verdade revelou-se em escândalo varrendo a riqueza de seus acionistas. Mas a bolha da Enron não foi a primeira ou nem a última companhia a ver seus papéis sofrerem volatilidade extrema e, ao fim, desaparecimento.

O professor começa sua narrativa nos Países Baixos das Grandes Navegações. O comércio ultramarino requeria capitais vultosos: a construção de navios marcantes (escoltados, muitas vezes, por navios de guerra), a longa viagem (girando em torno de um ano), imensos riscos (guerras, naufrágios)

a continuar

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