Cultura Econômica

sexta-feira, 25 de agosto de 2014

Acabei de ler um bom livro. Paul Krugman é um daqueles raros intelectuais que, além de elucidarem problemas de sua área de estudos, são acessíveis ao grande público. Se o leitor deseja conhecer mais sobre a crise econômica que vem abalando o mundo desde 2008 (mas não é um economista profissional), recomendo a leitura deste trabalho. Além de esclarecer as turbulências econômicas dos últimos vinte anos (desde a "tequila crisis", no México, em 1994, até a atual conjuntura), Krugman também propõe, nas últimas páginas do livro um conjunto de políticas econômicas para enfrentar nossos problemas contemporâneos.
Na verdade, todo o livro é uma preparação para suas conclusões e propostas. Ao narrar e deslindar as inquietações periódicas do sistema financeiro internacional pós-Guerra Fria, o economista destaca como, gradativamente, a depression economics foi sendo abandonada em favor de um outro conjunto de políticas econômicas centradas em cortes de gastos públicos, aumento de impostos e elevação de juros. Mas porque economistas e oficiais de governo mundo afora abandonariam o keynesian compact, eficaz na moderação de recessões desde o final da Segunda Guerra Mundial? Krugman oferece, a essa questão, resposta incômoda. Ao invés de amenizar os impactos de uma recessão, o objetivo da política macroeconômica agora é outro, a saber: recuperar a confianças dos mercados financeiros.
Paul Krugman conclui sua obra defendendo a posição de que, para superar a atual crise econômica, é necessário retornar, em primeiro lugar, à depression economics desenvolvida a partir da obra de John Maynard Keynes, nos anos 1930. Após a recuperação da atividade econômica, o economista aponta para a necessidade de uma reforma do sistema financeiro internacional, sobretudo do shadow banking system - instituições que agem como bancos, mas não são reguladas como bancos.

Espero que desfrutem da leitura deste livro,
Até mais!  

Postado por Thiago Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário